Há no Faial uma lenda, que fala de uma Ilha Encantada, que aparece e desaparece, misteriosamente, entre a rocha da Penha d’Águia e o Porto Santo, onde se encontra o rei D. Sebastião.
Diz a tradição oral do povo desta terra que D. Sebastião ergueu a sua espada e batendo com ela na rocha disse: Abre-te terra que eu quero me encantar. E assim continua enfiada a sua lança na rocha da Penha d’Águia.
O povo crê que o Rei Encantado se há-de desencantar e voltar com o seu exército, para derrotar os inimigos da Fé e da Nação.
Conta-se que andando, um dia, uns pescadores a pescar, nessas proximidades, foram surpreendidos pela visão duma terra encantadora, de verdes prados, paisagens deslumbrantes e amenas ribeiras de água cristalina.
Nela viam vacas a pastar, lavandeiras a lavar roupa à margem das ribeiras e roupa a corar ao Sol. Viam também muitas laranjeiras carregadas de laranjas maduras, um palácio com um jardim de lindas flores e um Rei com o seu exército.
Correram os pescadores para na Ilha desembarcar, porém, ao tentarem colocar os pés nela, esta desapareceu como por encanto.
VELOSO, Manuel Teixeira, Faial, Memórias de uma Freguesia, Funchal, Calcamar, 2000