domingo, 22 de dezembro de 2013

Flown - Magic Place

quinta-feira, 28 de março de 2013

Madrigal

Arthur Hughes, Pained Heart Sigh No More Ladies



















Ainda é possível este amor
como um regresso ao paraíso ?
Aroma apenas de uma flor?
O beijo apenas de um sorriso ?
Qual a resposta que preciso ?

E nada digo ! E nada dizes !
Tudo nos basta num olhar
E que tu, mão, lisa, deslizes
Por sobre a minha, devagar ...
Com pouco somos tão felizes
Que é já demais pedir luar !

E é já demais esta poesia
Se há cada vez menos valor
Nas tais palavras que diria
Para dizer-te o som e a cor
De um coração em harmonia
Que só se diz, dizendo: Amor !

António Manuel Couto Viana (1923-2010)

quarta-feira, 27 de março de 2013

Amor errante

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Tristão e Isolda

Sobre o mar de Setembro velado de bruma
O sol velado desce
Impregnando de oiro a espuma
Onde a mais vasta aventura floresce.

Tristão e Isolda que eu sempre vi passar
Num fundo de horizontes marítimos
Trespassados como o mar
Pela fatalidade fantástica dos ritmos
Caminham na agonia desta tarde
Onde uma ânsia irmã da sua arde.

Tristão e Isolda que como o Outono,
Rolando de abandono em abandono,
Traziam em si suspensa
Indizivelmente a presença
Extasiada da morte.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Tristão e Isolda, de Maurice Lalau, 1909



sábado, 16 de fevereiro de 2013

A Jornada de Maelduin - VI - a Ilha das Árvores

"Na tradição celta, o Outro Mundo (ou o Além) é um lugar de realidade superior, onde vivem os deuses e a plenitude do potencial individual é revelada. Não é um lugar de fantasmas e horrores, como na tradição clássica cristã. Em vez disso, encontramos ilhas repletas de salmões, salões de festas e pilares de prata que se erguem do mar. Há muitos desafios na forma de grandes animais, incríveis gigantes, ilhas de riso e lágrimas incessantes, mas cada um tem uma lição a ensinar. (...)
A jornada de Maelduin leva-o do mundo onde os homens e os seus feitos de armas predominam para o Outro Mundo, no qual vivem mulheres e maravilhas. O seu immram (jornada mística) torna-se uma profunda iniciação, permitindo-lhe tornar-se um adulto maduro. O que começa como uma viagem para a vingança contra os assassinos do seu pai, torna-se numa jornada educativa e numa exploração do Outro Mundo, conduzida pelo seu pai, ausente, do outro lado, o da morte."

Arthur Loureiro, Primavera, 1891

Chegaram a uma ilha de árvores. Maelduin pegou num ramo. Após três dias, três maçãs começaram a crescer no galho, sustentando-os por quarenta dias.

Na tradição celta, a maçã é uma fruta da vida eterna. O maravilhoso ramo de maçãs é uma amostra da árvore sobrenatural que alimenta o espírito. A ilha é como o reino paradisíaco do Outro Mundo, Avalon, a Ilha das Maçãs, onde o rei Artur recupera a sua saúde. Nesta ilha, os viajantes aprendem a deixar que os seus dons e percepções naturais amadureçam, um aspecto importante da viagem xamanística.


Caitlin Matthews, O Livro Celta dos Mortos


segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Sete Mares

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

A Jornada de Maelduin - V - a Ilha dos Salmões Abundantes

"Na tradição celta, o Outro Mundo (ou o Além) é um lugar de realidade superior, onde vivem os deuses e a plenitude do potencial individual é revelada. Não é um lugar de fantasmas e horrores, como na tradição clássica cristã. Em vez disso, encontramos ilhas repletas de salmões, salões de festas e pilares de prata que se erguem do mar. Há muitos desafios na forma de grandes animais, incríveis gigantes, ilhas de riso e lágrimas incessantes, mas cada um tem uma lição a ensinar." (...)

A jornada de Maelduin leva-o do mundo onde os homens e os seus feitos de armas predominam para o Outro Mundo, no qual vivem mulheres e maravilhas. O seu immram (jornada mística) torna-se uma profunda iniciação, permitindo-lhe tornar-se um adulto maduro. O que começa como uma viagem para a vingança contra os assassinos do seu pai, torna-se numa jornada educativa e numa exploração do Outro Mundo, conduzida pelo seu pai, ausente, do outro lado, o da morte." 



 V - A Ilha dos Salmões Abundantes

Uma semana inteira de fome levou-os a uma ilha onde havia uma casa na enseada. Uma porta era de frente para o mar; tinha uma válvula de pedra que abria quando o excesso de salmões carregados pela água ia de encontro a ela, permitindo que os peixes caíssem dentro da casa. Esta não era habitada, mas havia uma cama pronta para Maelduin e mais uma para cada três tripulantes, para não mencionar comida e bebida da melhor qualidade. Refastelaram-se na comida e louvaram a Deus.

Esta ilha mostra o poder totémico do salmão, um dos animais sobrenaturais mais importantes do Outro Mundo na tradição celta, associado à memória, inspiração e abundância. O albergue do outro mundo preparado para a tripulação é um reflexo da hospitalidade que era oferecida aos viajantes na antiga Irlanda, onde hospedarias e albergues eram governados por leis especiais. A hospitalidade ainda é um dever sagrado entre muitos povos. Aqui, os homens experimentam a abundância e a generosidade do Outro Mundo, que é rico em alimentos para aqueles cansados do duro materialismo do nosso mundo.

Caitlin Matthews, O Livro Celta dos Mortos
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