Yvain (ou Owain, na mitologia galesa) era um cavaleiro da Távola Redonda, filho de Urien. Quando um seu companheiro de armas chamado Cynon foi derrotado por um misterioso Cavaleiro Negro, Yvain partiu ao encontro do estranho.
Feriu gravemente o Cavaleiro Negro mas não o derrubou do cavalo, e quando o cavaleiro desatou a galope para um castelo próximo, Yvain seguiu-o e acabou por ficar à mercê do inimigo quando penetrou as muralhas. Foi salvo por uma mulher chamada Luned, que lhe deu um anel da invisibilidade.
O senhor do castelo, o Cavaleiro Negro, sucumbiu em pouco tempo à ferida infligida por Yvain. A sua viúva era Laudine, a Dama da Fonte. Era a Condessa do castelo e da floresta mágica que encerrava uma fonte do Outro Mundo. Se alguém de lá retirasse água com um jarro de prata e a lançasse de encontro a uma grande laje de mámore desencadearia uma repentina e intensa tempestade causando a destruição da floresta e do castelo.
Desse modo, era preciso que um valente guerreiro defendesse a fonte. Laudine tinha casado com Esclados o Vermelho (conhecido no Mabinogion como o Cavaleiro Negro). Quando este foi morto por Yvain, a sua dama de companhia, Luned, persuadiu-a a desposar o cavaleiro de Artur e assim assegurar a defesa da fonte mágica. Laudine e Yvain apaixonaram-se e, durante alguns anos, viveram felizes no Castelo da Fonte.
A Dama da Fonte, resplandecente visão dourada, apareceu ao jovem Yvain como a mais bela, sábia, nobre, casta e generosa de todas as mulheres. Mas, porque Yvain lhe matara o marido, o Cavaleiro Negro, tinha de se insinuar junto dela com delicadeza. A fiel aia da Dama, Luned, ajudou Yvain a seduzir a sua ama, sugerindo-lhe que o reino precisava de um forte protector. Aqui, Luned acompanha Yvain ao quarto da sua Dama. (Ilustração de Alan Lee, 1984)
No entanto, a longa ausência de Yvain muito preocupou o rei Artur, que enviou um grupo de cavaleiros à sua procura. Yvain regressou com eles à corte do rei não sem antes ser avisado pela Dama da Fonte para voltar dali a um ano ou nunca mais voltar. Deu-lhe um anel para selar a promessa e para não se esquecer dela. Mas Yvain faltou à palavra dada esquecendo-se gradualmente da esposa e do seu dever de proteger a fonte.
Quando uma dama, aia e mensageira da Dama, chegou à corte para reclamar o anel e acusá-lo de má-fé, traição e infidelidade, Yvain, cheio de remorsos e vergonha, ensandeceu e refugiou-se na floresta.
Yvain espreita pelos ramos emaranhados do bosque como uma criatura tímida e selvagem. Desgostoso de vergonha por ter ofendido a sua mulher, fugiu para a floresta onde viveu como um homem primitivo, definhando até ser salvo por uma nobre dama. (Ilustração de Alan Lee, 1984)
Yvain espreita pelos ramos emaranhados do bosque como uma criatura tímida e selvagem. Desgostoso de vergonha por ter ofendido a sua mulher, fugiu para a floresta onde viveu como um homem primitivo, definhando até ser salvo por uma nobre dama. (Ilustração de Alan Lee, 1984)
Após alguns anos, Yvain voltou a pegar nas armas, matou um dragão e tornou-se amigo de um leão. O leão e cavaleiro tiveram várias aventuras, e chegaram mesmo a salvar de Luned de uma morte certa, queimando e matando um gigante. Yvain retornou ao Castelo da Fonte e, com o auxílio de Luned, conseguiu reconciliar-se com a Dama da Fonte.
Yvain, afeiçoando-se a um leão, ganhou um amigo fiel e um valente companheiro de armas. Num combate desigual com um gigante, o leão saltou em sua defesa. Quando o gigante reclamou que podia dar cabo de Yvain se não fosse pelo seu leão, Yvain arrastou o animal de estimação até à fortaleza, mas a impetuosa criatura saltou sobre as muralhas e atacou o gigante até à morte. (Ilustração de Alan Lee, 1984)