LUGHNASADH é o primeiro festival das colheitas. A Deusa é honrada sob o aspecto da Mãe que deu à luz a abundância e a prosperidade. É a época da primeira colheita na Roda do Ano. Este festival é simultaneamente céltico e saxónico, com aspectos e rituais diferentes, conforme as tradições do povo que o celebrava. O festival dos celtas era uma festa do fogo, honrando o deus solar Lugh (Lleu no País de Gales, Lugus na Gália), que favorece as colheitas.
Na Irlanda faziam-se jogos e corridas em seu nome e no da sua mãe, Tailtiu. Neste festival também eram realizados os casamentos informais que só duravam um ano e um dia, para o casal ter tempo de decidir se queria continuar unido ou separar-se, costume que durou até ao século XVI. Para os saxões, o festival tinha o nome de LAMMAS, a festa do Pão, na qual as primícias da colheita do cereal eram consumidas em rituais.
A data astrológica de LAMMAS situa-se nos quinze graus de Leão, que costuma acontecer por volta do dia 5 de Agosto. É o ponto de poder do Zodíaco simbolizado pelo Leão, outra das figuras tetramórficas do tarot que aparece nas cartas X - A Roda da Fortuna e XXI - O Mundo. Tradicionalmente, LAMMAS celebra-se na noite de 31 de Julho para 1 de Agosto.
Para a Igreja Católica também era a festa das primícias, em que os primeiros grãos de cereal eram colocados nos altares.
LAMMAS era a época do ano em que se faziam festivais de magia, onde os grupos armavam bancas de venda muito enfeitadas e se apresentavam em paradas, com danças e representações de teatro.
Estes festivais começaram por ser misturados com as festas de Santa Catarina, mas a Igreja Católica acabou por mudar o dia da santa diversas vezes, tentando mesmo acabar com o seu culto, tanto por ser uma figura mais mítica do que histórica, como por estar identificada com o movimento herético dos Cátaros. De qualquer forma, continuaram a festejar neste dia a "roda de Catarina", fazendo subir uma grande roda coberta com alcatrão por uma encosta acima, para lhe pegar fogo e a deixar rolar pela encosta abaixo. Neste costume parece haver resquícios de um ritual pagão que simbolizava o fim do Verão, com a roda em chamas em representação do Deus Sol no seu declínio.
Esta data tem ainda os nomes de Elembiuos e Dia das Maçãs, por ser a época do ano em que começa a apanha das maçãs, assim como de outros frutos e vegetais.
As suas cores são o verde, o amarelo, o castanho, o laranja e o dourado. Os símbolos são as alfaias agrícolas, o pão, todos os cereais e as cornucópias (que deitam malte, frutos e vegetais). É um dia em que se mistura a alegria da colheita com a apreensão pelos dias que se tornam cada vez mais pequenos.
As deidades para este Sabbat são os deuses das colheitas e dos cereais e as deusas parturientes.
Claire Grundell - Helix Tree
Referência bibliográfica:
BAPTISTA, Garcia, Wicca A Velha Religião do Ocidente, Pergaminho