domingo, 27 de junho de 2010
Seguindo Caminho
Labirinto da Catedral de Chartres
Vamos dedicar um pensamento a todos aqueles que, século
após século, tomavam o bordão do perergrino, fossem
pagãos ou cristãos, e partiam por estradas, que mal
chegavam a ser trilhos, através de rios, que quase
se não podiam vadear, pelo meio de florestas, onde o lobo
caçava em alcateias, através de pauis de lama movediça,
onde se enluravam serpentes-de-água venenosas:
sujeitos à chuva, aos temporais ventosos, ao granizo saraivante,
atingidos pelo Sol ou gelados pelo frio, tendo à noite,
como único abrigo, a fralda do hábito puxada
por cima da cabeça; tudo isto depois de deixarem lar
e família sem saber se os voltariam a ver,
para chegar - pelo menos uma vez na vida
- a um lugar onde habitava a divindade.
Louis Charpentier, The Mysteries of Chartres Cathedral