The Arthurian Tarot, Anna-Marie Ferguson
Cernunnos é associado por muitos ao Diabo da Cristandade, mas aqui será apenas encarado como o Senhor da Floresta. Simboliza os instintos animais que residem em todos os seres humanos. Pode reflectir um comportamento anticonvencional e selvagem.
Os animais presentes na carta indicam diferentes aspectos da sabedoria primordial. A raposa simboliza a intuição e o ardil enquanto que a lontra representa a transformação. A serpente é o conhecimento e a compreensão e o javali a força, a resistência e a capacidade de superar o medo. O veado indica protecção e sexualidade e o sapo a fertilidade e o impulso criativo.
O luar, com a sua qualidade ilusória, sugere a dificuldade em discernir sobre o subconsciente. Nesta névoa, o consciente tende a projectar e a fazer com que as coisas pareçam aquilo que não são. Isto pode levar a medos avassaladores e impedir a aprendizagem benéfica com a sombra.
O bosque representa o estado selvagem para além do consciente, o habitat do Cornudo.
Nikolai Tolstoy, no seu livro Quest for Merlin, afirma que Myrdin (identificado como o Merlin de Geoffrey de Monmouth) desempenha o papel deste deus cornudo. Enlouquecido pela experiência pavorosa na batalha de Arderydd, Myrdin retira-se para o isolamento da floresta. Lá, ele convive com os animais usando as suas peles e chifres e ganha assim um controlo sobrenatural sobre eles. Merlim é o Senhor dos Animais, o Cornudo.