Annwn era o Outro Mundo dos galeses, uma terra idílica de paz e abundância, animada com o canto dos pássaros. Em Annwn havia uma fonte de vinho doce e um caldeirão mágico. Este caldeirão, guardado por nove donzelas, curava os doentes e devolvia os mortos à vida. O soberano de Annwn era Arawn das vestes cinzentas. Arawn tinha uma matilha de cães de fila, "os cães do inferno" celtas que voavam durante a noite perseguindo as almas humanas.
Segundo a tradição galesa, o jovem e impetuoso Artur perdeu a maioria dos seus guerreiros numa tentativa defraudada para roubar o caldeirão mágico. Esta demanda é contada num poema - "The Spoils of Annwfn"- sendo considerado por muitos como um modelo para a história da Demanda do Santo Graal.
O bardo Taliesin acompanhava relutantemente Artur e os seus guerreiros pois estava bem ciente dos perigos de entrar sem permissão no Outro Mundo. E, apesar dos seus avisos, o jovem rei prosseguiu na sua louca aventura.
Antes de chegarem ao Castelo do Caldeirão, os homens passaram sete fortalezas envoltas numa luz misteriosa e crepuscular. Eram aguardados pelos Sempre Jovens. Não se sabe ao certo o que aconteceu. Os eventos exactos são misteriosos como a terra onde estavam. Só se sabe que foi uma batalha terrível e que seria a primeira e última vez que Artur combateria o povo de Fay.
Artur conseguiu chegar junto do caldeirão mas foi capturado e atirado para a prisão dos Estranhos Muito Estranhos. Era uma prisão feita de ossos dos mortais e onde outros três humanos de sangue real pereciam eternamente por terem ofendido os Fay. Artur ali esteve três dias e três noites, em grande agonia, até ser salvo por Bedivere e Llwch Lleminawc. Muito combalido, Artur não falou durante um dia e uma noite e depois só chorava.
Apesar de terem sucedido no roubo do caldeirão, dificilmente se sentiam vitoriosos pois dos três navios que tinham partido, só sete homens regressaram. O rei acabou por recuperar o juízo mas proibiu terminantemente que se falasse do ataque a Annwn.