Ostara é o Sabbat do equilíbrio. O dia e a noite são iguais quando a Primavera começa. A natureza encontra-se mais activa, criadora e regeneradora, provocando o crescimento das plantas. e o aumento do nascimento dos animais. É a época em que se celebra a vitória da vida sobre a morte.
A deusa desta festa é Ostara (ou Eostre), uma deusa germânica da Lua e da aurora que deu origem ao nome da Páscoa em inglês - Easter. Os símbolos da deusa Eostre são o coelho, simultaneamente o símbolo da fertilidade e da Lua (os antigos viam a sombra de uma lebre nas manchas da Lua Cheia) e o ovo - o ovo cósmico da criação, posto pela serpente regeneradora, símbolos da vida que emerge de uma morte aparente; o ovo assemelha-se a um seixo e a serpente auto-regenera-se sempre que muda de pele. A deusa Eostre anuncia o retorno triunfal da vida à terra.
A tradição grega celebra o retorno de Perséfone do Hades, para passar os próximos seis meses na companhia de Deméter, sua mãe, a deusa das colheitas.
Ostara é celebrada como a data em que o Deus e a Deusa geram a criança (o Deus Sol) que vai nascer no Solstício de Inverno, nove meses mais tarde. Na Igreja Católica, o dia 25 de Março é o da Anunciação, o dia em que o anjo Gabriel comunica a Maria que ela está grávida. Como as tradições pagãs foram desenvolvidas por povos diferentes, a concepção do Deus Sol também é festejada tanto em Beltane como no Solstício de Verão, dependendo das regiões.
A Páscoa é outro dia santo relacionado com a festa da Ostara. Pode ser vista como a vitória do deus Sol (Jesus) sobre a escuridão (a morte). Nas antigas religiões pagãs, as lendas contavam que nessa altura do ano a Deusa descia ao mundo subterrâneo, regressando ao fim de três dias, coincidindo com a posterior história de Jesus, ressuscitado ao fim de três dias no reino dos mortos. A duração dos três dias explica-se através da identificação da Deusa com as fases da Lua. Com efeito, a Lua nova não acontece apenas numa noite: desaparece na noite anterior e só volta a surgir na noite a seguir, ou seja, está invisível durante três noites.
Nestas celebrações plantam-se as sementes que foram consagradas no Imbolc. Os pagãos costumavam pintar ovos vazios, passá-los rapidamente por fogueiras rituais e pendurá-los por cima da cama ou nos seus celeiros, como símbolo de fertilidade. Apanhar a primeira violeta que se vê no dia do equinócio traz boa sorte.