Oráculo de Avalon
O rei Pellinore tinha acampado numa floresta, não longe da corte de Artur. Todo o cavaleiro que por lá passasse era desafiado e vencido por Pellinore. Artur, já agastado com o sucedido, partiu, numa madrugada, ao encontro do seu adversário.
Foi um duro combate. Pelinore, um guerreiro feroz, podia facilmente acabar com a vida do jovem Artur, pelo que Merlim, que tudo observava, escondido nas ramagens, lançou um feitiço a Pellinore, fazendo-o cair num sono pesado. Artur jazia inconsciente e a espada, que ele tinha retirado da pedra encantada, estava desfeita em pedaços.
Depois de ter recuperado deste combate, Artur, por iniciativa de Merlim, partiu em viagem. Cavalgaram durante muitos dias até chegarem a um estranho e maravilhoso país dos Lagos. A magia do lugar pairava sobre eles e o vento sussurrava: " aproxima-se a vinda de Artur". Sentiam-se escoltados por presenças inefáveis. Ao chegarem ao mais sereno dos lagos, uma leve música elevou-se nas brumas.
"No lago está uma rocha e dentro dessa rocha está um magnífico palácio, a casa da Senhora do Lago. Fala-lhe honestamente", Merlim avisou, "e ela oferecer-te-á uma espada e a sua bainha. A espada é como nenhuma outra, forjada no Outro Mundo, é eterna. A bainha foi tecida com magia; enquanto a usares, jamais serás ferido mortalmente."
Com estas palavras, levantaram-se as brumas e das águas surgiu a Senhora do Lago. "Artur, em ti reside a promessa de paz na terra. Por esta razão, dou-te a minha espada. Excalibur inspirará outros a seguirem-te e a bainha proteger-te-á do perigo. Esta é a minha dádiva à tua causa. Toma esta oferta, honra-a e recebe a minha benção."
Com Excalibur nas mãos do rei, as águas revolveram-se e a Senhora do Lago apartou-se dos olhares dos homens e regressou aos seus domínios.