sábado, 2 de outubro de 2010

Sábios e Videntes

Os videntes espíritas e xamãs da mitologia celta beneficiavam de extraordinários dons de profecia, sabedoria e cura. Mantinham uma relação profunda com as forças naturais e sobrenaturais, e serviam de intermediários entre os reinos dos vivos e dos mortos, entre o mundo visível dos homens e o outro mundo invisível, morada de espíritos maravilhosos.

O mais famoso de entre os videntes era o sábio conselheiro de Artur, Merlin; mas outros druidas inspirados - Amairgen, Taliesin e Cathbad - surgem nos mitos celtas como bardos proféticos, conselheiros de reis e chefes de clãs.

Alguns viviam num ermitério na floresta, enquanto outros tinham um papel influente na sociedade celta. Embora na generalidade ajudassem os mortais, certas sombrias feiticeiras, como Morgana, Nimue ou as Calatins, usavam os seus dons sobrenaturais encantando e manipulando os mortais para conseguirem os seus próprios fins.


Os druidas detinham o poder político e espiritual na sociedade celta e eram não apenas dotados videntes e xamãs mas também conselheiros legais e morais. Recebiam uma longa aprendizagem de pelo menos vinte anos, decorando as leis e os mistérios. Na pintura em cima, os druidas celebram num monte nevado o solstício de Inverno colhendo um ramo de azevinho, cortado por uma foice sagrada em ouro que o druida mais importante segura. (Os Druidas Trazendo O Azevinho, de G. Henry & E. A. Hornel, 1890)


Merlin é recordado sobretudo como tutor espiritual e paternal de Artur. Um ponderado vidente, Merlin, aconselhava o jovem rei, às vezes severo e outras complacente, mas sempre com sabedoria. Merlin era também um sábio inigualável, que terá arquitectado a Távola Redonda, a planta de Camelot e o círculo de pedras em Stonehenge. (Ilustração de Rick Wakeman)



Morgana a Fada, rainha de Avalon (a Ilha das Maçãs no Outro Mundo) segura um ramo de macieira, o símbolo celta da paz e da abundância. Uma feiticeira inspirada, é geralmente representada como um espírito sombrio, contrariando Artur e maipulando heróis. A um nível mais profundo, é uma deusa do Inverno, da escuridão e da morte, oposta a Artur, o Senhor do Verão, e a Guinevere, a Donzela da Primavera. Revela o aspecto redentor do seu carácter no papel de curandeira soberana de Avalon e guardiã do corpo de Artur na sua morte. (Ilustração de Stuart LittleJohn, 1994)

Taliesin, um poeta profético e vidente xamanístico, recebeu o dom da omnivisão depois de ter ingerido um caldo de inspiração do caldeirão de Ceridwen. Sendo o maior bardo de Gales, previu a chegada dos Saxões e a opressão dos Cymry bem como a sua própria morte. Surge aqui sob a forma de uma águia, o pássaro frequentemente eleito pelos xamãs nas viagens espíritas ou transes ao Outro Mundo. A auréola dourada da águia simboliza a fronte radiosa de Taliesin. (Ilustração de Stuart LittleJohn, 1994)


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